"Estavam colados ao chão. Todos de cócoras, muito juntos, queixos apoiados nos joelhos, braços nos ombros uns dos outros, inclinados sobre as cabeças, que apoiavam no joelho, na coxa ou no flanco do outro. Continuaram a fitar-me, sem bulir um dedo ou uma pálpebra. Sorrisos estampados nos rostos, e as bocas fechadas, com placidez. Alguns tinham pauzinhos parecidos com fósforos espetados no lábio inferior, outros tinham ossos atravessados no nariz. Os pés e os dedos estavam enrolados de pedras e pauzinhos enquanto as mãos seguravam ao alto os arcos e as compridas flechas, e machados de pedra atados a pequenos cabos de madeira. Grandes franjas, bem penteadas, desciam-lhes sobre a testa até às pinturas vermelhas do rosto.
(...)
O corpo ergueu-se, endireitando-se, e o sorriso contido derramou-se, extravasando-se em riso, primeiro às risadinhas, depois às barrigadas que faziam eco contra a barreira das árvores. Lançou os braços à roda de mim, quase me partindo com força e prazer, prosseguindo o riso, redobrando, triplicando, até que percebi que todos os homens se tinham levantado, rindo e abraçando-se uns aos outros, segurando as barrigas como se lhes doessem, rolando pelo chão e agitando os pés no ar. Tinham deixado as lanças nas rochas e saltávamos aos pulos, para cima e para baixo, e os meus braços rodearam todos os corpos um a um até que comecei a sentir-me histérico, selvaticamente possesso de amor pela humanidade inteira, devolvendo pancadas nas costas, dentadas na carne rija e, pequenos como eram, pegando em alguns à roda, como se fossem crianças, varrendo assim o mundo do meu passado.
(...)
Fiquei especado e olhava, sem pronunciar um som ou uma palavra, apenas tremendo, tiritando de frio, ofegando para respirar. O tempo não passava, mas sete homens jaziam por terra, mortos, ventres e peitos abertos, jorrando sangue ainda quente, com as cabeças esmagadas e os miolos a sair. Longe, a um canto, as mulheres agarravam-se umas às outras salmodiando uma lamentação profunda, e estreitando os rostos apavorados dos filhos contra os seios pintados de vermelho. Os intestinos dos homens iam-se abrindo e as fezes rebentavam para fora misturadas com o sangue. Tinham os olhos fixos em mim, os mortos."
"THE SKY ABOVE THE PORT WAS THE COLOR OF TELEVISION. TUNED TO A DEAD CHANNEL.
DEAD CENTRE OF REALITY.
A PALE STARE.
HOW SUBTLE COULD A FORM OF MANIPULATION TAKE?
LIKE A GREAT SOFT HAND.
A SENSUOUS MOSAIC COOKED FROM VAST LIBRARIES OF DIGITIZED POP: IT WAS WORSHIP.
DREAMBLOOD SOAKING THE ROTTEN LACE.
THE STRANGE CLARITY OF VACUUM AND RAW SUNLIGHT."