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quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Duas abordagens em cinema sobre a crise Portuguesa


8.5 / 10

Um filme retrato sobre o boxeur que pouco boxe faz. Trabalho de actor por Nuno Lopes deveras denso e impressionante. Os shots e a escolha de locais para filmar foram todos muito bem estudados. Bom twist. Penso que o final poderia ter ficado ainda mais aberto mas sem dúvida um trabalho feito com precisão e com pretensões de ser imaculado em termos cinematográficos.



7/10

Também sobre a crise portuguesa, mas desta vez usando o método do improviso de falas e muito mais documental (sobre as ocupações proletárias do pós 25 de Abril). A sua mais valia é a sua ousadia em experimentar apesar de algumas cenas deviam ter sido simplesmente eliminadas do corte final (i.e. entrevistas reais). O trabalho do personagem principal também devia ser muito mais trabalhado (por que aparecia nas filmagens no moshpit do concerto de Focolitus fiquei a conhecer o ator principal como sendo o cantor da banda). Tanto em São Jorge como na Fábrica de Nada as personagens femininas têm preponderância mas nenhuma densidade psicológica, funcionam quase como personagens-tipo. O filme foi vendido como um musical-documental-surreal quando isso é só uma cena do filme e nem de longe a mais bem conseguida. Adiciona um pouco de comédia ao drama. 
Filmes portugueses corajosos de qualquer maneira.

Gravado no antigo espaço ADN em Benfica | Peça completa