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segunda-feira, 20 de agosto de 2018

De Pudim a Pinguin | Publicado na antologia "Entre o Sono e o Sonho" da Chiado Editora


Grudado ao aço lírio
Desta soneca poética
Abro-me ao aroma das tuas mãos e jorro astrologia nos lençóis
Em entardecer de mim, contigo Chuvisco
Como homem e como criança
Sem fémur que me relembre de mastigar
O ruído faminto a tiro como
Texugo enxuto na cachoeira da feiticeira
Acordando entorpecido do teu foder-amor
Somos ovo ou
Pintainho chôco-concha em sovaco estrelado
Jardins encantados
E navios de platina
No Kairos das constelações tântricas
Com esta porra toda presa num coração de arame farpado
A pingar
Como uma guitarra pinga
Gotas depois do granizo
Cantem por nós, aos transparentes desalinhados
De si próprios...
Ovo vira noz
E fujo da dentada deliciosa num
“Desculpa... Foda-se!
Estava só a tentar ajudar-me
A sabotar esta casa toda...”
Planeias-nos, retiro-me
Até à caverna à espera que aquela parada
Ainda rock ‘n’ role esta noite
O som da selva
É Vermelho, vermelho bem safado.




João Meirinhos
Rio de Janeiro 2018

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